Durantes esses dias que estive fora, reli estas cartas e noto que a imagem que transpasso aqui não condiz muito com o que sou do lado de fora. Se algum dia elas vazassem e pessoas que nunca tiveram contato comigo as lêssem, garanto, sem a menor sombra de dúvidas, que eu receberia uma indicação pra algum remake de novela mexicana.
Quem me vê aqui, sentada com as pernas cruzadas, meu cabelo preso e irretocável, vestindo esse casaco e com esta cara desprovidada de qualquer emoção, não imagina a catarse que trago dentro de mim.
Engraçado como sobriedade em mim é feromônio. Estou aqui, tapada até o pescoço e escrevendo em meu laptop e aquele homem perto do balcão não desgruda os olhos de mim. A vida adora me dar presentes que não estou disposta a aceitar...
Será que você sente ciúmes enquanto faço este comentário? Eu imagino - e espero - que sim. Aliás, esperar é o melhor verbo que me acompanha quando penso em ti.
Espero e espero e espero. E também me engano. E um dia espero mudar, e caso não mude meu comportamento, me mudo de país novamente pois algo deve ser feito. Há muito tempo deixou de ser saudável essa condição que voluntariamente me aprisionei.
Estou com 27 e isso quer dizer que você está com 33. Será que já tem alguns fiozinhos grisalhos perdidos entre seus lindos cabelos pretos? Imagino que você ficará lindo grisalho e agradeça ao seu avô por seus olhos azuis, dessa forma você se torna um lindo rascunho do Tom Cruise. E o irmão mais novo do George Clooney saiu do balcão e neste instante ergue um copo de chocolate quente em minha direção.
E eu aceitei.
sexta-feira, 3 de julho de 2009
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