quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ao meu príncipe encantado

Você me ama por que eu não te amo.

Eu te amo porque você me ama.

Você não me ama mais por que eu te amo

A estupidez da estrofe acima é o que rege meus relacionamentos, uma relação cármica que governa essa atmosfera da qual cada vez mais desprendo menos energia. É sabido que uma vez conquistado, o objeto amado deixa de ser desejado, confirmando que a expectativa supera - e muito - o prazer do objeto conquistado.
Mas pensei que isso se aplicava somente a camisas, sapatos e bolsas. Desejar algo da vitrine é fácil, a luz incide perfeitamente, o comercial induz status, o cheque especial viabiliza, mas conquistar pessoas e deixa-lãs junto a cintos e sapatos, pendurados no armário à espera de uma lembrança, é inaceitável.
Reconheço tal comportamento porque já fui um desses sapatos. Enquanto me demonstro inatingível, firme, inflexível a qualquer barganha e longe do consumo, sou superiormente interessante. Mas uma vez me conquistado, uma vez ter arrancado as três palavras, perco, e de súbito, todo o interesse inicial.
O meu valor de mercado cai. E então, parte-se rumo a uma nova conquista.
Noto que o que mais aprendo é que ninguém quer um amor e sim um acessório que ande, fale -e principalmente, que fale - pois demonstração de afeto repele qualquer pessoa.
Voce deve dizer, escrever, falar mas nunca demonstrar um carinho. Carinho é sarna, lepra, só de encostar, pega.

Um comentário:

  1. Tem um selo pro seu blog lá no meu... Pega lá hehe

    Beijos
    Clênio
    www.lennysmind.blogspot.com
    www.clenio-umfilmepordia.blogspot.com

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