Engraçado como sempre me eduquei para não valorizar demais o amor. Não o valorizando, eu o deixaria livre e talvez o consumisse até o fim sem esse medo de ficar sem reservas.
Gostaria de te beber no bico, de encher a cara e falar aqueles clichês de gente boba e apaixonada. Dizer-te que enchergo no fim dessa rua a casa que inventei para nós morarmos. Na entrada, haveria um balcão de carvalho lustroso onde em cima estaria repleto de retratos nossos, um para cada ano que pasasse ao seu lado.
As paredes seriam azuis, para combinar com seus olhos e na sala haveria um piano enfeitado com um jarro decorado onde não te faltaria primaveras.
O quintal seria grande o suficiente para abrigar seu gosto hereditário por animais de fazenda. Haveria muito pato, galinhascom pintinhos e até uma ou duas ovelhas, tamanha minha dedicação. Ao fundo, haverá um pequeno galpão onde eu poderei escrever coisas tristes sem perturbar a a harmonia da casa. Lá eu me conciliaria e restabeleceria a paz que momentaneamente é arrancada de mim em função dos últimos acontecimentos.
E nos dias que me acordo inverno e não te quero pela frente, andaria no meio da noite, excomungando você e tudo aquilo que estivesse em contradição ao meu estado de espírito. E quando me encontrares aqui, deitado no sofá-cama com as pernas encolhidas e fraco de tanto te odiar, me daria um abraço e se deitaria ao meu lado, reestreiando aquele amor que tenho por ti desde aquele primeiro instante.
Gustavo
quinta-feira, 14 de maio de 2009
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