Loucura não é veneno, é o que há d mais são em alguém. Poder admitir sentimentos sem importar-se, quem diria, mas afirmar nossa humanidade tem gerado grandes teses de mestrado e até no meio político já possui um termo: insanidade.
Insano é aquele que age por conta própria – própria vontade, própria negação, próprio prazer. É egoísmo, é válido, voluptuoso, IN SA NO.
Hoje o demônio me acordou às 06:00, depois d uma noite de batalha comigo mesmo. Idéias que não deixei vingar, sentimentos que viraram lembranças, espécie de mosaico na minha cabeça. Um pedaço da ex aqui com aquela raiva acumulada de ontem, sonhos que não deixei realizar, raiva...Fui juntando um pedaço de cada pessoa que tenho vontade de bater, xingar, enganar e amar e o rosto que formou me veio à cabeça.
Não tenho nada a perder, e nessas circustâncias, é mais fácil aceitar oq queremos nos condenar há muito tempo, o que não fazemos por perder a imagem que construímos em razão de algum benefício.
Há troco de que fui tão bonzinho?
Há troco dessa felicidade planejada, desse invólucro feliz e sensato, que não corresponde em nada com o queria ser.
Demônio, seja bem vindo, vamos dar uma volta?
Meu passaporte para o inferno custou 11 reais, paguei com cartão de crédito. Quero a lembrança disso quando receber a fatura, mas acho que já paguei adiantado ao entrar nessa porta de grade escurecida.
São várias salas, um corredor escuro, igual videoclipe antigo. Todos evitam se olhar nos olhos, preferem oque está dentro de suas calças.
Fiquei só, meia hora, uam hora, a a tarde inteira, estou sem noção de tempo, relógio no bolso, celular desligado.
E imagem por imagem foi vindo, meu demônio virou sete e todas estão me encarando, não feito bicho que avança sob a presa, mas sob o olhar de quem procura oque perdeu. Elas me acharam.
Duas me ofereceram um beijo compartilhado, recusei. A boca é para os amantes, serve pra dizer eu te amo, serve para mentir ou falar a verdade. Serve pra mais nada.
Rafael
domingo, 28 de dezembro de 2008
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