...e então concluo que só tenho duas escolhas: ou me decepo as mãos ou continuo a escrever, porque a razão das linhas que crio ainda se torna irredutível, me tornando escrava de um sentimento que não sei ao certo se terá fim. Eu deveria erguer um templo sem portas e ali ao centro lhe pôr como santo. E como toda beata, colocaria em razão de vida a sua espera, sendo esta a justificativa de não haver portas em tal lugar afim de não criar o menor empecilho caso você volte. E então daria uma razão insensata e regraria a mãos de ferro isso que ainda vive em mim. Um amor que vive de pão e água.
E em delírios criaria profecias, espalharia que você voltaria e consertaria tudo o que está errado ou então, apocalíptica, rezaria pelo meu consumo. Me entregaria as brasas que o inferno me reserva ou imaginaria algo melhor no céu. Não sei ao certo ainda em qual ilusão me apego pois não defino se este amor é bom ou ruim. Segue-se a incerteza, e tal qual a beata se apega ao terço para elevar as rezas, suplico ao Deus que inventei que lhe envie essas poucas linhas e que me apazigue em espírito. E que Ele escolha por mim uma direção a ser tomada pois ainda insisto em olhar pra trás, pra ver onde o vento apagou as suas pegadas ou ainda, esperançosa que só eu sei ser, se avisto um rastro de ti.
Patty
sábado, 24 de janeiro de 2009
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